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De Arembepe ao streaming: minissérie baiana homenageia legado hippie

Série SPA das Tartarugas estreia nesta terça-feira na TV

Por Rafael Carvalho | Especial para A TARDE

03/06/2025 - 6:00 h
Série rememora o imaginário hippie
Série rememora o imaginário hippie -

Da aldeia hippie que floresceu em Arembepe, no litoral norte da Bahia, nos idos dos anos 1960 e 1970, à música dos Novos Baianos e de Raul Seixas – que, apesar de tudo, renegava sua associação com o movimento –, a ideologia e o modo de vida hippies têm um braço forte no Estado. Parte desse imaginário é resgatado, com leveza e humor, na minissérie 'SPA das Tartarugas', que estreia nesta terça-feira, 3, na TV.

Além de uma recepção para convidados na noite desta terça no Cineteatro 2 de Julho, a série começa a ser veiculada hoje mesmo na TVE Bahia, sempre às 22h – com transmissão simultânea pela TVE online. Com oito episódios de 45 minutos cada, a série ocupa a grade da TV de terça a sexta, nesta e na próxima semana.

Os diretores José Araripe Jr. e Lis Schwabacher, pai e filha, conversaram com A TARDE sobre o projeto. “Eu vivi um pouco esse movimento hippie enquanto criança. Isso marcou a minha vida e a da nossa geração. Nós vivíamos, ao mesmo tempo, a Guerra Fria, mas também essa bolha alternativa que significava a resistência contra o sistema. Um sistema global, que vivia principalmente a guerra do Vietnã”, relembrou Araripe.

No entanto, o SPA das Tartarugas tem a sua ação principal se ando no final dos anos 1990, já em um outro momento dessa onda. “Os personagens foram se adaptando ao tempo deles porque começaram fundando aquela aldeia hippie nos anos 1970, mas na atualidade da série aquilo virou um SPA, o que não deixa de ser um negócio”, complementou Lis.

É nesse espaço de vida alternativa e retiro com curas espirituais e corpóreas que a série transcorre. Cacá Fumanchú (Carlos Betão), Marcão Orelha de Pau (Diogo Lopes Filho) e João Imbassaí (Narcival Rubens) são os fundadores, junto com Aderbal Mandrix, que acabou de falecer. Eles aguardam a chegada de Juraci (Emanuelle Araújo), a filha herdeira de Bau, que eles sequer conhecem e que nasceu em São Paulo, longe do pai e sem qualquer familiaridade com aquele modo de vida.

“A série existe, de certa forma, para dizer que os esoterismos do mundo hippie sobreviveram adaptados ao sistema. No caso daqueles três sessentões, eles levaram o modo de vida deles até a véspera do fim do mundo, ali em 1999, que é quando todos achavam que o mundo ia acabar”, pontuou o diretor.

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Qual é a trama de SPA das Tartarugas?

Imagem ilustrativa da imagem De Arembepe ao streaming: minissérie baiana homenageia legado hippie
| Foto: Divulgação

A chegada de Juraci ao SPA é o ponto de conflito da trama. Turismóloga com doutorado em “hotelaria ecológica gourmet”, ela pensa já em vender o lugar para uma empresa internacional a fim de transformá-lo em um resort de luxo. No entanto, vai ter de enfrentar a resistência dos atuais es, ao mesmo tempo em que começa a se familiarizar com o ambiente zen e os tratamentos naturebas, por vezes um tanto questionáveis, que eles praticam e vendem ali.

“Quem vem de fora, como é o caso da própria herdeira, vai olhar para aquilo e falar: ‘Isso é tudo charlatanismo’. Mas no final, dá certo. Não se sabe muito bem como, mas vai funcionar”, observou Lis.

“A graça está em como eles vão transformar aquele conhecimento todo, tudo aquilo que eles aprenderam e descobriram com a natureza e com suas curas, em um empreendimento”, acrescenta.

Apesar de se concentrar no final dos anos 1990, a série rememora o imaginário hippie a partir de fitas em Super-8 que Juraci encontra não apenas com registros de seu pai e da comunidade nos seus primórdios, mas também uma série de músicas que ele compôs ao longo da vida. Cada uma vai ser revelada em um episódio diferente e foram compostas pelo próprio Araripe e musicadas por Marcelo Lopes, oportunamente gravadas por Emanuelle Araújo para a série.

Essas imagens e sons acabam preenchendo na personagem a ausência do pai que ela não conheceu, o que a ajuda a mudar sua percepção do lugar e também de si mesma. Ao mesmo tempo, o SPA luta contra a politicagem dos representantes da governança local que cobra propina diante dos prováveis lucros diante da chegada de gente rica que vem se tratar no ali.

Uma série de outros personagens povoam o lugar, como as funcionárias interpretadas por Mariana Moreno, Alethea Novaes e a própria Lis Schwabacher. Logo no primeiro episódio, o SPA recebe também a diva de ópera Carmen de Fallas (Ronei Silva) e seu assistente (Talis Castro), já que ela precisa recuperar a voz que desapareceu.

Filmado na Vila de Santo Antônio, que pertence ao município de Mata de São João, no litoral norte da Bahia, SPA das Tartarugas está também atenta às demandas locais. “Nossa série tem dois panos de fundo importante na série. Um é o projeto Tamar, que a gente homenageia ali com o personagem do biólogo. Há a questão da preservação e proteção da fauna marinha. E outro é a especulação imobiliária, o turismo predatório que há ali, no sentido de não deixar aquele lugar se transformar numa Praia do Forte ou Imbassaí. E esse é um conflito real daquele lugar na atualidade”, destacou Araripe.

Curas místicas e conflitos hilários: a comédia em SPA das Tartarugas

Imagem ilustrativa da imagem De Arembepe ao streaming: minissérie baiana homenageia legado hippie
| Foto: Divulgação

Os diretores falaram também sobre os muitos gêneros que permeiam SPA das Tartarugas, partindo da comédia, ando pelo melodrama e pelo filme musical, a fim de atingir especificamente o público televisivo.

“Eu escrevi essa série para TVE”, pontuou Araripe. “Eu tenho experiência com televisão. Eu não sou daqueles cineastas anti-televisão, nunca fui. Então eu tentei fazer uma coisa multilinguagem. Ela tem cinema, que é minha principal formação, mas tem teatro, rádio, circo, quermesse, novela. Tem o cinema popular brasileiro. É uma mistureba muito consciente de estilos”, defendeu.

Araripe falou também do seu interesse pelo besteirol, que há algum tempo se popularizou no teatro baiano. Mas apesar dessa aproximação, o SPA das Tartarugas trabalha o cômico de forma mais sutil, ainda que se valha das trapalhadas dos personagens para trabalhar suas questões e temáticas.

“Apesar da comédia e de ter esse tom um pouco escrachado no próprio texto, tem um pano de fundo que é a poesia. Essa protagonista, ao abrir o baú de memórias, vai aprender a tocar violão e se transformar ao longo da série. Vai descobrindo a história do pai, daquele lugar, que é também a sua história”, complementou Lis.

Onde assistir SPA das Tartarugas?

SPA das Tartarugas estreia hoje, às 22h, na TVE-BA ou em irdeb.ba.gov.br. Os episódios são de terça a sexta-feira, às 22h, até o dia 14 de junho.

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Tags:

arembepe Emanuelle Araújo SPA das Tartarugas

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