PRÉ-ESTREIA
Salvador recebe pré-estreia de ‘Kasa Branca’ com presença do diretor
Recheado de drama, filme é baseado em história real
Por Artur Soares | Portal Massa!

O Cine Glauber Rocha se tornou palco para uma história repleta de sensibilidade. Na noite desta terça-feira, 28, Salvador recebeu a pré-estreia de ‘Kasa Branca’, filme inspirado em uma história real. O evento contou com a presença de Luciano Vidigal, diretor do longa.
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O filme acompanha Dé (Big Jaum) que, com a ajuda de dois amigos, precisa aproveitar os últimos momentos de vida da sua avó, Dona Almerinda (Teca Pereira), que está em estado terminal de Alzheimer.
O enredo foi baseado na vida dos vizinhos do diretor. “Eles eram meus vizinhos. O Dé eu vi crescer e a Dona Almerinda me viu criança. Eles estavam do meu lado, do lado da minha casa. Aquilo me tocou e eu falei ‘cara, isso precisa virar filme’”, contou Luciano Vidigal em entrevista ao Portal MASSA!.
O cineasta descreveu como foi o processo de desenvolvimento do enredo. Ele conta que, conforme foi se aprofundando na história dos vizinhos, acabou percebendo o poder de cura que existia no cinema. “Todo esse processo de construção e formar essas histórias foi um grande aprendizado. Eu fui aprendendo como o cinema pode curar”, afirmou.

Morador do Vidigal, Luciano defendeu a importância de lançar um filme que se a dentro de uma periferia. Ele argumenta que existe uma grande variedade de vivências dentro da favela. “Tem muitas histórias ali que são singulares e que eu posso usar o cinema como uma ferramenta para comunicar essas histórias para o mundo”, pontuou.
O diretor ainda ressaltou o impacto que histórias ambientadas em comunidades periféricas têm para o cinema. O diretor enfatiza que, por muito tempo, a sociedade construiu uma imagem equivocada sobre essas regiões e seus moradores.
“Eu acho que a gente foi violentado. O corpo preto no audiovisual ficou durante muitos anos preso a estigmas e estereótipos. A maioria das pessoas que moram na favela são pessoas que trabalham, que carregam a cidade nas costas. A gente precisa falar desse povo, que é um povo digno e que resiste”, destacou.
Relação com o cinema baiano
Filho de pais baianos, o diretor falou sobre sua relação com o estado. “É minha segunda casa. Tem um axé aqui que me renova”, afirmou. Luciano também abordou a potência cinematográfica que existe na Bahia. O cineasta comentou a relevância cultural do estado. “A Bahia é muito potente culturalmente. Acho que aqui tem uma relevância para o cinema negro que me atraí muito”, acrescentou.
Por fim, ele também enfatizou como a região Nordeste pode somar para o cinema brasileiro. Segundo ele, o país ainda tem muito a aprender com as obras nordestinas. “O Nordeste tem muito a falar para o Brasil, a ensinar para o Brasil. Eu amo o cinema brasileiro e acho que a gente aprende muito com o cinema nordestino no geral”, completou.
Assista ao trailer de ‘Kasa Branca’:
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