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ESPECIAL MEIO AMBIENTE

Transição energética é fonte de riscos e oportunidades para a Bahia 3s3g5m

Estado vai apresentar novo programa para atrair investidores e manter liderança no setor 5b4e46

Por Flávio Oliveira

05/06/2025 - 7:05 h
Estratégias bem-sucedidas mudaram a paisagem do sertão, agora marcada pela presença de torres eólicas
Estratégias bem-sucedidas mudaram a paisagem do sertão, agora marcada pela presença de torres eólicas -

Um dos objetivos da participação da Bahia na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), é atrair novos investimentos para manter o estado na liderança da transição energética no Brasil. De olho no futuro, o governo deve apresentar a empresas e organismos internacionais as potencialidades naturais do estado e a lei recentemente aprovada que cria o Programa Estadual de Transição Energética (Protener). Porém, o risco de perda do destaque conquistado nos últimos anos corre risco já está no presente.

Especialista no setor, Rafael Valverde, da Elous Consultoria, lembra que a Bahia tem uma longa história de produção de energia renovável, iniciada na década de 1950, quando se iniciaram os estudos e a construção das primeiras usinas hidrelétricas no leito do Rio São Francisco na Bahia (na cidade de Paulo Afonso). E que houve uma reinvenção há cerca de 20 anos, quando são anunciados os primeiros projetos de produção de energia eólica. Atualmente, a Bahia é líder entre os estados brasileiros na produção eólica e está nas primeiras colocações na geração de energia solar fotovoltaica.

Para chegar nesse novo patamar, explica Valverde, houve um esforço político para integrar e desenvolver a cadeia eólica, o que incluia não só projetos de geração, mas também de fabricação de equipamentos e de aumento de demanda para essa energia. “Existia uma articulação entre várias secretarias e órgãos do governo, a energia renovável era tratada com um diferencial”, garante.

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Como fruto dessa reinvenção, a Bahia recebeu investimentos que mudaram a paisagem do sertão, agora marcada pela presença frequente de torres eólicas. A Voltalia não divulga número de investimentos, mas garante que criou 1.147 empregos diretos e indiretos nos quatro anos de construção dos projetos Canudos II e III, que têm capacidade de gerar 100MW e operam desde dezembro de 2023. A empresa também construiu a infraestrutura para escoar toda a energia do complexo, formada por uma subestação coletora, uma linha de transmissão em 500 kV com 50 km de extensão e uma subestação seccionadora.

“Além dos ativos já em operação, a Voltalia possui atualmente mais de 3 GW em projetos em desenvolvimento no estado da Bahia. Esses empreendimentos têm potencial para gerar até 15 mil empregos diretos no pico das obras e mais de 250 empregos diretos na fase de Operação e Manutenção”, aponta Nicolas Thouverez, Head Latam e CEO da Voltalia Brasil.

Segundo o CEO, a “Voltalia decidiu investir na Bahia devido a uma combinação de fatores estratégicos que tornam o Estado um dos locais mais promissores do Brasil para o desenvolvimento de projetos de energia renovável”. “Entre os principais atrativos está o excelente potencial eólico e solar da região, a infraestrutura logística favorável, a disponibilidade de áreas oferece flexibilidade para a instalação de usinas em locais estratégicos e a presença de empresas fornecedoras de equipamentos estabelecidas no estado”, enumera.

O Complexo Ventos de Santa Eugênia, localizado nos municípios de Uibaí e Ibipeba, e o Complexo Eólico Brotas de Macaúbas, em Seabra e Brotas de Macaúbas, também são marcos dessa fase. Os dois empreendimentos são da Statkraft. O Santa Eugênia é o maior projeto da empresa fora da Europa e conta com 14 parques eólicos que integram 91 aerogeradores e possui capacidade instalada de 519 MW. Já em operação desde 2024. Operando desde 2012, o Complexo Eólico Brotas de Macaúbas foi desenvolvido inicialmente com três parques eólicos e 57 turbinas, em 2024 a Statkraft ampliou o projeto com a construção do Parque Eólico Morro do Cruzeiro, que entrou em operação no ano ado, adicionando 14 turbinas eólicas e capacidade de 79,8 MW ao complexo.

Agora, os dois complexos am por novas obras, para abrigar usinas solares e formar os primeiros sistemas híbridos (eólica e solar) da empresa no Brasil. O Santa Eugênia também vai receber baterias para armazenar parte da energia produzida ali. Segundo informou Guilherme Melo, diretor de Construção da Statkraft, as obras representam mais de R$ 3,3 bilhões em investimentos na Bahia nos últimos 5 anos, e mais de 1,5 mil empregos diretos, sendo que 55% desse total é de mão de obra local. E assim como eles, há tantos outros investimentos, de empresas com Engie Energia ou Casa dos Ventos.

E não só na produção de energia eólica e solar, pois a Bahia também apresenta potencial em outras fontes renováveis, como biocombustíveis, biomassa, hidrogênio verde, entre outros.

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Apontado como combustível do futuro, a produção de hidrogênio verde já teve projetos anunciados. Porém, segundo informações colhidas pela reportagem, nenhum deles ainda saiu do papel por falta de demanda. Um fator que pode comprometer os objetivos da Bahia em manter o destaque nacional em transição energética.

“No caso do hidrogênio verde, trata-se de uma questão de mercado”, afirma Valverde. “Há uma necessidade de escala ainda não alcançada, é preciso marcos regulatórios para reconhecer o hidrogênio verde como algo diferenciado, uma ação integrada para atrair também grandes consumidores de energia, como data centers”, completa. Para ele, a falta dessas ações integradas já resultou em perdas de investimento na área. “O Ceará conseguiu atrair um projeto de data center de R$ 50 bilhões em investimentos”.

Arlinda Negreiros, gerente de Meio Ambiente e Responsabilidade Social da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), também demonstra preocupação com a baixa demanda. E acrescenta outros riscos: “Atualmente, o setor de energia renovável enfrenta desafios como a baixa demanda, o curtailment (descarte de energia gerada por falta de capacidade de escoamento) e os atrasos nas obras das linhas de transmissão. Além disso, o Estado ainda precisa melhorar a qualidade da distribuição de energia, pois ocupa atualmente a 13ª posição no ranking do Desempenho Global de Continuidade (DGC), com um índice de 0,71, que mede a duração e a frequência das interrupções no fornecimento, quanto menor esse índice, melhor o desempenho. Esse cenário representa um risco significativo de afastamento de investimentos e até mesmo de desmobilização de instalações já existentes”.

Arlinda não citou a ampliação do Complexo Santa Eugenia, que vai produzir suas próprias baterias, mas apontou que um dos caminhos para o futuro do setor de energia renovável a por investimentos em soluções de armazenamento de energia. “Há oportunidades importantes, entre elas, destacam-se o fomento ao armazenamento de energia, com incentivos fiscais para projetos-piloto voltados à indústria de baterias, e a atração de indústrias eletrointensivas, como data centers e a cadeia do hidrogênio verde (H₂V), a instalação dessas indústrias próximas aos polos geradores, principalmente no interior do estado, pode estimular o uso local da energia produzida e reduzir a dependência das linhas de transmissão”, explicou.

A gerente também afirma que há uma expectativa de avanço no setor, especialmente com a regulamentação do Protener, descrito por ela como um marco regulatório “importante para consolidar a liderança da Bahia na geração de energias renováveis e promover a transição energética”. “Essa política, inclusive, incentiva o uso de outras fontes além das fontes solar, eólica e hidrelétrica, como a biomassa e a energia geotérmica”, esclarece. Valverde concorda, mas aponta a necessidade de que ações executivas deem vida à lei.

Nicolas Thouverez, CEO da Voltalia Brasil, a ambição do governo da Bahia de se posicionar como um dos líderes na transição energética nacional é legítima e respaldada por resultados concretos. “Para manter e expandir a posição de destaque no setor de energias renováveis, é fundamental que haja continuidade nos investimentos em infraestrutura locais, especialmente na modernização e expansão das redes de transmissão de energia; a segurança jurídica e a estabilidade regulatória, tanto nas esferas estaduais e municipais, quanto nacionais, também são fundamentais para garantir a confiança dos investidores e o sucesso dos empreendimentos no setor”, alerta. “A participação da Bahia em eventos internacionais, como a COP30, contribui para aumentar a visibilidade do estado no cenário global, destacando seu potencial na área de sustentabilidade e atraindo o interesse de investidores em projetos de energia limpa”, complementa.

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